Revisitando a Tradição Aratu a partir de suas formas de variabilidade tecnológicas e contextuais

Amplamente distribuídos no Brasil, os sítios associados à tradição Aratu, e sua variação Sapucaí, estão localizados por uma extensa área que engloba os campos cerrados do Brasil central, o semi-árido nordestino, bem como boa parte da costa atlântica e as florestas tropicais e subtropicais do sudeste e sul do país. Sua posição cronológica e a suposta relação com populações falantes de línguas Macro-Jê parecem indicar o Brasil central e regiões adjacentes como o provável centro de origem, embora se faça necessário ainda mais estudos sobre contextos bem trabalhados com produção e comparação de datações que permitam aprofundar essas questões. Enquanto a morfologia dos vasilhames parece ser altamente homogênea ao longo deste amplo território, a composição da pasta cerâmica e a tecnologia lítica mostram profundas diferenças inter-regionais. Soma-se a isso a diversidade de localização e extensão dos sítios associados a esta tradição. Outros elementos de variabilidade também podem estar presentes em modos distintos de manufatura, uso e deposição cerâmica, de práticas mortuárias, bem como na relação entre áreas funerárias e domésticas. Apesar de ser uma tradição bastante distribuída pelo país, ela foi pouco debatida desde seu estabelecimento acadêmico, em meados da década de 1960. Assim, este simpósio pretende reunir trabalhos de diferentes regiões do Brasil, no intuito de discutir sobre as formas de variabilidade tecnológicas e contextuais, que incluam tecnologias cerâmicas e líticas, padrões de assentamento e espacialidade, uso e deposição dos artefatos, sepultamentos, entre outras dimensões de variabilidade.