Patrimônio, Arqueologia e Museologia: estudos cemiteriais no Nordeste

A morte atinge todos os seres vivos. Para o homem, a morte não é apenas um fato biológico, visto que a maneira de enfrentá-la revela uma característica cultural que se expressa de diferentes maneiras, variando conforme o contexto cultural e histórico em que se manifesta. As ações realizadas em torno da morte e do sepultamento de uma pessoa e o destino que se dá ao corpo estão relacionadas às escolhas culturais de cada sociedade. O crescimento das pesquisas arqueológicas realizadas em cemitérios históricos, na região Nordeste, vem produzindo novos conhecimentos com estudos que abarcam uma série de temáticas sobre as representações da morte e do morrer, dos rituais e práticas funerárias, do estado de conservação dos túmulos, bem como, da interpretação de paisagens funerárias diversas. Nessas pesquisas os cemitérios podem ser interpretados como espaços que refletem a dinâmica social dos vivos, mas também, configuram-se como lugar de memórias, de representação social e simbólica. O foco desde simpósio é, portanto, propiciar um debate sobre os resultados e reflexões em torno das investigações realizadas em espaços cemiteriais urbanos e rurais localizados no Nordeste do Brasil. Na perspectiva de compreender a complexidade dos cemitérios e da cultura material funerária, serão bem vindas, neste simpósio, pesquisas que agreguem as áreas da Arqueologia, da Museologia, da Conservação, da História e História da Arte, da Arquitetura, da Geografia, do Turismo e áreas afins. Considera-se que as contribuições de diversas áreas do conhecimento são imprescindíveis para debates e para ações que buscam a valorização, proteção e ressignificação desses espaços como sítios arqueológicos e patrimônio cultural.