Os excluídos e deslegitimados como sujeitos ativos na disseminação do patrimônio cultural em programas de pesquisa arqueológica de áreas urbanas em Salvador
Simpósio 08 – Luiz Antonio Pacheco de Queiroz (UFS), Catarina Menezes Ferreira (UFS), Jeanne Almeida Dias (UFS) e Railson Cotias da Silva (UFS)
Quarta-feira 02.12.2020 14:00-18:00 |
Prospecta |
Estudos arqueológicos nas áreas urbanas tombadas em nível federal em Salvador/ BA, onde são notórias tensões sociais nas decisões de reconhecimento do patrimônio cultural, devem ser realizados não apenas para mitigar o dano ao patrimônio arqueológico, mas também para preencher lacunas sobre o conhecimento das desigualdades sociais. A expulsão dos excluídos do poder que ocupavam esses locais, tem sido intensificada pela gentrificação difundida nos recentes projetos que propõem requalificação urbana, um ingrediente a mais a ser discutido nas pesquisas arqueológicas. Pesquisadores que participam de tais projetos estão em um lugar de fala que dá acesso aos grupos sociais que não são consultados quando da atribuição de acautelar bens culturais. É urgente incluí-los nos nossos programas de pesquisa para disseminar suas vozes por meio de narrativas que os posicionam na sociedade e os fornecem informações sobre o patrimônio arqueológico com base em suas próprias visões de mundo. Ao usar a ponte entre passado e presente na difusão das pesquisas arqueológicas com os grupos socialmente marginalizados há um caminho para reforçar seu pertencimento aos locais onde vivem. É um contraponto às estratégias de domínio do poder que invisibilizam suas narrativas, e requer argumentar sobre a importância do seu papel na preservação do patrimônio cultural. Por meio desse posicionamento e admitindo a conexão do passado com o presente pretendemos refletir sobre como atuar junto aos coletivos sociais deslegitimados pelas metanarrativas, para difundir conhecimentos úteis à perpetuação da memória social. A proposta do simpósio é fomentar a discussão de abordagens arqueológicas que incrementam a inclusão social e se opõem aos dualismos da modernidade em que se baseiam políticas de patrimonialização, para desvelar através da atenção à materialidade o que se esconde por trás da indústria do patrimônio que dá suporte à apropriação dos espaços públicos urbanos por meio de especulação imobiliária. |
Apresentações
Sessão 1, 14:00
- Inclusão Social como Parâmetro para a Adequada Disseminação do Conhecimento nas Pesquisas Arqueológicas Oriundas de Requalificação do Centro Urbano de Salvador/ BA
- Patrimônio(S) Soteropolitano(S)
- A Inclusão da Comunidade no Projeto Pelourinho de Pesquisa Arqueológica (IPHAN/Monumenta)
Sessão 2, 16:00
- “Sou o Novo, Sou o Antigo, Sou o que não Tem Tempo, o que sempre Esteve Vivo, mas nem sempre Atento”: Arqueologia, Invisibilidade e Consolidação de Espaços Urbanos
- Arqueologia Urbana através das Obras de Requalificações do Centro Histórico de Salvador: Uma Análise Sociocultural e Espacial na Avenida Sete de Setembro, Centro de Salvador
- Arqueologia na Avenida: Entre Encontros, Visitas e Olhares. Os Desafios da Execução de um Programa de Educação Patrimonial na Cidade de Salvador – Bahia