Gênero e Arqueologia: perspectivas desde o Nordeste

A proposta deste simpósio temático é promover um espaço de discussão da produção científica nos campos dos fazeres arqueológicos no âmbito dos estudos do Gênero. Neste caminho pretendemos realizar a promoção de um espaço para a divulgação, reflexão e discussão das pesquisas que vem sendo desenvolvidas no Nordeste. Entendemos por Arqueologia de Gênero aquela que busca sinalizar, nos registros arqueológicos, diferentes personagens para além da figura masculina, como se costumou fazer ao longo da história da disciplina. Neste percurso, pensamos nos artefatos e também nas pessoas que os produziram, propondo uma ruptura com o conhecimento arqueológico pautado na lógica moderna, patriarcal, heterossexual e colonizadora que suprimiu e oprimiu as mulheres na construção do conhecimento. Partindo então da identificação da naturalização deste processo opressor, que criou um efeito de verdade, este simpósio objetiva conhecer e discutir trabalhos, no âmbito da arqueologia de Gênero, que desconstruam discursos cujo efeito machista desencadeou a ideia de um passado eurocêntrico e homogêneo. Não obstante, objetivamos ainda neste simpósio analisar e discutir as práticas machistas impregnadas em diversos comportamentos exercidos na prática arqueológica, tanto no âmbito acadêmico como na chamada “Arqueologia de contrato”. Assim buscamos a integração das mulheres arqueólogas para efetivar trocas de experiências, estratégias de combate ao androcentrismo, ao machismo e à opressão, além de integrar demais pesquisadores, que se identifiquem e/ou trabalhem com a temática. Portanto, pretendemos ao final do simpósio, realizar a construção coletiva de uma carta manifesto que expresse os principais problemas enfrentados por nós, arqueólogas, bem como alternativas que visem a construção de um espaço seguro para as mulheres dentro da Arqueologia.