Agua Vermelha, um sítio Aratu no sul da Bahia
S12 Revisitando a Tradição Aratu a partir de suas formas de variabilidade tecnológica e contextuais
S12T172

Carlos Etchevarne;

O sítio Aratu de Água Vermelha constitui uma situação excepcional no âmbito da Arqueologia e no da Etnologia. No primeiro caso, porque se trata de material arqueológico em excelente estado de conservação, ficando evidenciado, recentemente, por causa da preparação do terreno para o cultivo. De fato, arando a terra para o plantio surgiram três urnas, que pelas suas características permitiram a vinculação com os grupos Aratu, não sendo as únicas a serem identificadas na área. Ou seja, o local tem vestígios de uma grande aldeia, como geralmente eram as dessas sociedades. Por outro lado, os vestígios foram localizados por membros das comunidades de povos originários que ocupam a reserva hoje denominada Terra Indígena Caramuru Paraguaçu (TICP). O achado das urnas provocou grande impacto nos moradores que, imediatamente, se envolveram na proteção e destino delas. A partir desse momento as urnas assumiram um papel crucial, porquanto recipientes funerários que receberam os corpos de ancestrais. De fato, por ocuparem o mesmo espaço, em tempos recuados, permitiram a criação de um forte vínculo de parentesco simbólico, com os membros contemporâneos. A apresentação focará, assim, aspectos arqueológicos e etnológicos, demonstrando a excecionalidade do caso.